Nossa visão

Feliz de quem aprende o que ensina. (Cora Coralina)







quinta-feira, 10 de junho de 2010

Nietzsche e a individualidade humana

O problema que Nietzsche martelou por anos e deu origem à sua filosofia do martelo foi a individualidade humana. O princípio dialético é ferido com a descoberta da nova dimensão da existência humana, esta repudiada por Nietzsche e tratada como imoral e cujo esquecimento dos conceitos morais nos traz o conceito de liberdade.
Mas o que dizer da liberdade se ela ontem e hoje fere e distingue momentos libertos do outro? Nietzsche nos alerta que o indivíduo cada vez mais move-se segundo seu instinto e à sua natureza e esta última sempre opondo-se da consciência.
A humanidade está tão medíocre que chega-se a conclusões do tipo: sucumbir ao modelo é a única chance de sobrevivermos! Onde foram as nossas grandes ideias, nossos grandes pensadores nascidos da atualidade! Os grandes filósofos do passado, como Nietzsche, nos deixam o legado de refletir além de nosso tempo, com o intuito, creio, de antever problemas sociais de escala global, cujas soluções beneficiam a todos sem distinção de classe ou credo. Somos todos uma só religião: a crença na igualdade, fraternidade e liberdade entre os povos. Liberdade esta sem comprometer o livre arbítrio do próximo, sem que ele se revolte contra as iniquidades de um sistema de desigualdades e jogos de poder político, no qual, sempre, o que tem menos, enfrenta mais dificuldades para alcançar objetivos comum à todos, isto é, o de ser feliz, pois ninguém é feliz sozinho e por si só não atinge o auto-conhecimento!
A moral vigente está fundada num conhecimento de si, “sabe-se” o que é o Bem e aplicam-no a todos indiscriminadamente, dotando-o de universalidade.
Nietzsche repudia esta moral e conclama uma ética fundada no cuidado de si, onde o indivíduo, e somente ele, sabe o que é Bom, criando desta forma seus valores. Rejeita-se a idéia de Bem e Mal e instaura-se o Bom e Ruim. Entretanto, não mais como ideia universal, mas como ação, pois o homem não precisa saber, precisa agir. É somente pelo corpo que se pode fazer esta afirmação, pois é ele a grande razão da existência.

Por Paulena Cardoso Bragança

Um comentário:

  1. Adorei seu texto, foi o mais exclarecedor que eu achei sobre o individualismo de Nietzsche

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